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Entrevista com Michael Frank, criador do Nyah! Fanfiction

  • Foto do escritor: nepfanfic
    nepfanfic
  • 11 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de jul.

Michael Frank, também conhecido como Seiji, é o CEO do Nyah! Fanfiction, a primeira plataforma brasileira voltada para fanfics. Ele criou o site no intuito de ser apenas um local onde seus amigos pudessem publicar suas histórias, mas acabou se tornando um dos grandes pioneiros da introdução das fanfictions para o público brasileiro, visto que, até então, a maior parte das plataformas eram estrangeiras.
O trabalho de Michael com o Nyah! Fanfiction foi muito importante para diversos brasileiros que tinham interesse em escrever fanfics. O site, fundado em novembro de 2005, foi onde esses jovens encontraram espaço para conseguirem publicar as suas histórias, interagir com pessoas que possuíam os mesmos interesses, e até mesmo criar um gosto por leitura e escrita que levassem para a vida. Após uma década em uso, ainda pode-se encontrar pessoas que foram beneficiadas pela plataforma, seja ao escreverem e lerem fanfics ou ao serem inseridas em uma comunidade onde todos possuissem gostos muito semelhantes.
Atualmente, para atender as demandas do público, foi criado o sucessor do Nyah!: o +Fiction. Lá você encontra as estórias que estavam disponíveis no Nyah!, porém com um novo design de site (que ainda está em construção). Caso você queira ajudar com a criação, clique aqui e descubra como doar.

#1 - Como você entrou no mundo da fanfiction?


Eu conheci esse mundo através de amigas que escreviam fanfics de anime. Na época a internet ainda era predominantemente discada, muito lenta em geral. A internet rápida atual está trazendo cada vez mais serviços baseados em vídeo, como o YouTube e o TikTok. Quando conheci as fanfics, fóruns ainda estavam muito na moda, assim como outros serviços predominantemente baseados em texto. Era uma cultura diferente.



#2 - O que te motivou a criar o “Nyah!” ?


Conversando com uma amiga, ela disse postar em sites internacionais de fanfic porque não encontrava opções brasileiras, e sentia falta de uma comunidade nacional. Eu já me interessava por programação e decidi encarar esse desafio.



#3 - Como você define o termo fanfiction? É preciso que o conteúdo seja grátis, disponível de fã para fã?


Fanfiction é uma forma do fã expressar seu amor pela obra original. Os autores de fanfic presenteiam outros fãs com novas aventuras, novos romances e finais diferentes. Penso que isso não tem preço, não deve ser cobrado.



#4 - Quais foram as maiores mudanças que você notou na comunidade de fanfiction ao longo de seus anos no “Nyah!” e atualmente, com o “+Fiction”?


A mudança que notei foi na comunidade, mas na idade do público. Mudaram as tecnologias e as formas de acessar a internet. Quando criei o Nyah, não existiam smartphones como os atuais. Agora é comum vermos pessoas cada vez mais jovens com um celular na mão.



#5 - Na sua opinião, quais são as maiores qualidades e defeitos da comunidade de fanfiction?


A maior qualidade do público que consome fanfics é a paixão pela obra original. Os fãs dedicam muitas horas lendo e escrevendo fanfics. Essa paixão às vezes excede a racionalidade e vemos atritos por bobagens, como pessoas criticando algum autor de fanfic por “shippar” um casal que ele discorda.



#6 - O que você julga ser essencial na criação de uma plataforma de fanfiction?


O Nyah começou como um hobby, mas com o passar dos anos tive o prazer de ver um impacto positivo na vida de muitas pessoas. É um local para encontrar pessoas que amam as mesmas séries, os mesmos livros, os mesmos animes. Muitas pessoas aprenderam a amar nosso idioma e alguns até cursaram Letras quando chegaram ao ensino superior. Na criação de uma plataforma de fanfiction é essencial entender como ela pode afetar a vida das pessoas. Estou criando o +Fiction ciente do papel social do site, visando incentivar o público a expressar sua criatividade num espaço saudável.



#7 - Qual foi o maior desafio enfrentado na criação do “Nyah!”?


O maior desafio foi o crescimento inesperado do projeto. Era só um hobby e eu ficava feliz ao ver o site crescer, mas chegou um ponto que eu não conseguia mais arcar sozinho com os custos do site. Inicialmente eu pagava cerca de R$30 mensais numa hospedagem compartilhada de sites. Hoje temos que usar uma infraestrutura mais cara e muito mais complexa. Um projeto grande cria obrigações fiscais, exige abertura de empresa e a contratação de uma empresa de assessoria contábil.

Com a evolução da tecnologia, se faz necessário estudá-las para fazer a implementação e proporcionar uma experiência que condiz com a nova realidade.

São muitos obstáculos, muita responsabilidade e muito trabalho. É um esforço imenso.



#8 - Como acha que a questão de direitos autorais afeta a fanfiction?


Os autores não podem comercializar seu trabalho, mesmo após dedicar um tempo considerável na criação. Felizmente isso não cria uma barreira, já que os fãs não escrevem fanfics visando lucro. Acredito que a questão de direito autoral afeta mais o Nyah! & +Ficiton do que seus usuários. Por exemplo, já tentei enviar uma app ao Google Store pelo menos seis vezes, mas é sempre rejeitada pois alegam violação de direitos autorais.



#9 - Como o “Nyah!” decide a criação de novos gêneros (como lemon, aventura ou comédia) para os autores categorizarem as obras? Os pedidos mais populares são levados em consideração ou não?


No Nyah, quase todo gênero solicitado é adicionado, apenas avaliamos se ele é necessário ou redundante. No +Ficiton, pretendo reduzir os gêneros aos mais básicos, transformando os característicos de fanfic em tags adicionais. Notei que quem é novato em fanfiction se sente perdido com tantos termos próprios, não sabem o que é “lemon”, “orange” ou “deathfic”. Quero desfazer essa barreira de entrada e tornar a primeira experiência mais intuitiva.


Link para o +Fiction: https://pt.plusfiction.com/

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